quinta-feira, 22 de março de 2018

O Mar do Estreito de Mimsay

Cegueirado atrás de seus lábios,
Perdido em meio a sua confusão
Aquelas pilastras,
Onde nos encostamos,
São tão grandes e frias,
Porém meu coração é tão liso e quente
Ontem me peguei te olhando
Tão linda,
Tão independente
O trem já deveria ter partido,
Mas enquanto ele tende a permanecer na baía,
Eu só não quero me jogar no mar de Bering,
Que de tão frio e congelado no inverno,
Brilha à luz do luar

sábado, 10 de março de 2018

A Assustadora Felicidade

Triste
Livre
Leve
Feliz,
e em frente

Coragem sempre falta,
quando o sol aparece
O medo consome,
tudo que não é errado
O amor me corrompe a cada olhar,
entre os beijos,
algumas certezas: 

Triste,
Livre,
Leve,
Feliz,
e em frente

- Niterói, 2018

Os Manuais Imagináveis

Os cachos enrolados de uma cabeça confusa
Difícil é escrever rimando,
Difícil é viver amando
Ah aquelas velhas cartilhas,
De como se sair bem com uma garota
Aquelas que todo menino deveria saber,
Mas eu nunca nem vi 
Por que tanta pressão em minha mente?
Elas parecem mesmo umas monstrinhas,
Aqueles diabinhos,
Que são mestres do disfarce
De tanto medo,
Nem percebo,
Que amedrontado,
Eu só fico mais apaixonado,
E deslocado

O Vácuo Cósmico do Mundo Real

É tanto desespero
E fragilidade, 
Que tudo se resume em lágrimas apesar de nada ser motivo para elas caírem
Eu tenho um buraco
Na alma,
No psicológico,
No coração,
Ele só aumenta a cada noite
A cada perda,
A cada música feliz, 
A cada lembrança
Tudo se resume a tristeza,
Quando a minha mente descansa
Tudo se resume a tristeza,
Quando eu percebo o quão vazio é o vácuo cósmico que se fez real em minha mente
Tudo vem se destilando em incertezas,
Em esperança que provavelmente vai acabar quando vier a primeira porrada
Tudo acaba em tristeza quando percebo que não há mais pessoas como eu no mundo
Sou um marginal,
A margem da sociedade e da reciprocidade
Não existe sol,
Não existe mais sol
Está se apagando
Eu sinto,
Sinto aqui dentro
Quando tudo escurece,
Fica frio aqui dentro
Quando tudo fica claro,
Meus olhos doem diante das verdades 
Eu não tenho mais minhas hélices,
Não sinto minhas pernas,
Não a vejo a luz

domingo, 4 de março de 2018

A Velhice da Elite

Vamos,
Que vamos,
Que vemos 
Tentando não entender,
O que esses velhos tem a dizer
Quem nunca sentou no banco de trás
Não conhece a angústia,
De se estar sempre um andar a baixo
São as velhas normas
Os velhos versos,
Os velhos julgamentos sem empatia
Poesia,
Algo vivo,
Algo novo,
Algo livre
Sem velhos costumes,
Ou velhas injustiças
Uma sociedade velha,
Um mundo decadente,
Uma humanidade sem poesia

sexta-feira, 2 de março de 2018

Os Raios da Dor

Largado por essas esquinas,
Eu só queria conseguir levantar
Ir para a praia ou para as nuvens
Um lugar onde não tenha dor,
Onde não tenha mentiras
Eu só quero amar,
O ódio não existe em meu coração
Mas quando o raio cai,
E tudo vira choque e tristeza,
Eu só queria poder morrer em paz