Dizem que as borboletas são sinais de mudança e de todas as crendices populares é uma das que mais gosto. Pois as borboletas são graciosas, alegres: verdadeiras alegorias de como a vida é curta e que todo dia é dia de viver.
Tem sido um tempo de borboletas, mesmo sem eu ter visto alguma e confesso uma das coisas que descobri recentemente, é que tenho medo de borboletas. São tantas lutas travadas (e vencidas?) que acaba sendo difícil comemorar, difícil saber a hora que podemos respirar fundo e somente olhar o horizonte de forma calma e pausada, sem desespero ou receio. De peito aberto ao vento, esperando a vida acontecer.
Viver deste lado da cerca é lutar a todo momento e o que podemos fazer em meio às tormentas que mudam tudo de lugar, é entender sempre em qual lado estão as borboletas e não ter medo de voar em meio a elas. Abrir o peito para o novo, com paixão e tesão pelo frescor da alvorada.
São Gonçalo, 2024