De gota em gota de suor, sinto toda aflição sair de dentro de mim, sinto-me mais leve, e a cada pedalada é como se eu me aproximasse do lugar onde mais quero estar. Mesmo esse lugar sempre sendo o próximo metro a ser pedalado, o quilômetro adiante.
O sol não incomoda, pois o sol é para todos e não segrega ninguém. Já o vento é inimigo, sempre empurrando tudo para trás, mas também levando com ele todos os medos da estrada, toda vez que bate forte em meu corpo.
Ao final da rota, o mar é o prêmio. O mar infinito que só de ser olhado transmite tudo que preciso para continuar vivo, transmite tudo que preciso para lembrar-me que sou alguém.
De dentro das entranhas exauridas, surge a centelha: quero pedalar por cima de todas as cercas.
São Gonçalo, 2021
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