Tem uma garota, muitas vezes tem uma garota. Uma boa história, sempre tem uma garota. Nem sempre uma história é boa, mas sempre há uma garota.
E aquela é a garota, a minha garota. É difícil olhar em seus olhos, pois ela me faz transparecer toda a minha paixão. Meus poros ficam ainda mais abertos, meu sorriso terrível sempre se abre e meu rosto se apazígua diante daqueles olhos de quem é independente e incontrolável. Ela é a garota; uma vez ela segurou minha mão e confesso que fui ao paraíso, nem adiantou me segurar e pensar que era só mais um gesto sem importância, pois eu já havia alçado às nuvens e ninguém poderia me derrubar naquele momento.
Outrora eu a levei ao mar e me segurando, eu não consegui a beijar. Ela com certeza me rejeitaria, eu não sou nada e ela é a garota. A garota mais linda do mundo. De tempos em tempos, filósofos morrem e nascem ou nascem e morrem sem nunca ter amado ou descoberto o amor. O que será de mim? Um filósofo sem amor? Eu não queria senhor, olhar para a garota e me sentir completamente entregue a ela. Mas é inevitável, eu estou apaixonado.
Tenho medo da noite, pois a noite mostra a verdade: a garota não me quer, como eu a quero. Será que é o meu destino morrer entre as estrelas solitárias do amanhã? Céus, eu quero tanto saber de onde vem o amor, para podê-lo capturá-lo, para saber como extrair a sua essência e assim poder viajar definitivamente para aqueles braços.
Niterói, 2017