Apesar de algumas visões atrasadas,
de algumas frases infundadas,
abraçar o imobilismo é abraçar a morte do povo
‘’Fique em casa’’,
bradam os humanistas de ocasião
Não pensam nos que não tem casa,
nos que não tem luz,
nos que não tem pão,
nos que não tem chão
Eles ignoram que o trabalho pesado não parou,
o BRT entupido também não,
O preço da carne só aumentou,
as mortes na favela e no campo também
O golpe militar, está na esquina
Militares e o nefando estão disputando,
quem vai consumar
Os humanistas de ocasião não ligam:
‘’vamos esperar a CPI’’
CPI dos espoliadores do povo,
que promete punir outros espoliadores do povo,
A rua sabe que o caminho não é esse
Há quem queira pular carnaval em cima dos corpos vitimados,
tem quem prefira micareta à luta contra o velho Estado,
(ou então um twittaço radical)
Mas o povo é quem morre,
é o povo que se defende,
e é o povo que sairá vitorioso da luta
A rua está voltando a falar mais alto,
em breve o fogo vai tomar conta,
e os ratos covardes irão se esconder
(ainda mais)
São Gonçalo, 2021