A Centelha

Gotinhas fofinhas frias

Caindo na pele,

Onde não conseguem penetrar,

Somente passear

Até onde vou poder pensar?

Em como a vida é sem sentido,

Como a liberdade tem uma centelha

Que se acende,

Toda vez que eu a desejo

O Sonâmbulo

Abri meus olhos e minha boca seca,

Ainda estava fechada

Eu havia dormido a noite inteira,

Porém o sono ainda corria 

Ainda assim, sou alguém 

Piso agora no começo do infinito,

E nas gotas de sangue,

De minha alma

Beija-me

A Noite caiu

As luzes indicam o caminho,

Faça-me amor

Me embriague com sua boca,

Enlouquece-me com seu corpo,

Ama-me com todo seu carinho

Toque meu rosto,

Beija-me molhado

As lágrimas de suor deslizam,

Como somos jovens, amor,

Não feche seu coração

A noite caiu

As estrelas já renasceram,

E eu estou aqui,
Mais um dia apaixonado por você

- Niterói, 2018

Admitindo

Admito que vivo na lua,

Se a lua for lugar de liberdade

Admito que sou partidário,

Se ser partidário for algo libertário

Admito que não sou o macho alfa,

Se isso me permitir ser livre para amar

Admito que adoro admitir

Se isso me tirar o peso,

De sempre ter que não me permitir

Estranhando

É um pouco estranho

Um lugar estranho,

Cheio de gente estranha,

Se olhando e se estranhando

Tem mulher,

Tem homem 

Tem negro,

Tem branco

Tem rico,

Tem mais ou menos rico,

Tem mais ou menos pobre,

E tem pobre

A diversidade é estranha,

Estranho como escrever sobre estranheza

Estranheza que é,

Achar que uma prova tudo irá dizer,

Sobre quem é você

O Pequenino Ato

Liberdade,

Um sopro

O Pequenino ato de ser,

Nada mais que um lobo

Um cavalo,

Que corre leve pelas pradarias,

Se elevando pelo universo 

Voando

Pelo mato que cresce,

Por cima de campos vazios,

E vivos no meio do inverno 

Batendo minhas asas,

Porque aqui não há ordens,

Ou hierarquias

Me dê seus ombros,

E vamos construir nossa liberdade,

Juntos

- Niterói, 2018

Momentos Silenciosos

Tem dias que se parecem noites,

E madrugadas que não tem fim

Paródia ou não,

Meu sorriso foi embora 

Fotos

Momentos que não existem mais,

Segundos que não serão apagados,

Sonhos que não voltarão

Fé

Ter fé,

É ser quem você é

Ser fiel,

É não abandonar sua fé

Personalidade,

A vírgula atrás da negação

O invisível ser,

Que vive em vossos corações

Grite no meio do centro, 

Pule em contato com o mato,

Se isso for a tua fé

Vá até o final do mundo,

Se isso for o que seu corpo pede

Pois a Fidelidade é um sentimento

Uma essência,

Um dever com você mesmo

Onde Estava?

Assim que a primeira bala perfurar

Se lembre,

De como tudo mudou

Quando as lágrimas caírem

Se lembre,

Quem começou

Onde você estava?

Quando o Brasil ruiu

Onde você estava?

Quando as lágrimas começaram a cair

Atrás de seus medos?

Aprisionado ao seu ódio?

Negando verdades em busca de conforto?

Onde você estava?

Quando seus amigos e inimigos,

Começaram a morrer

Diga a todos onde

Vida não pode ser sinônimo de morte,

Morte não pode ser garantia de vida

Se lembre,

Que você se calou,

Quando tudo começou.

Caminhando e Cantando

Marche,

Pois agora a estrada está pavimentada

Pavimentada de sangue,

Que corre pela bandeira nacional

E jorra das nascentes de ódio 

O fim está próximo,

Ninguém poderá dizer que não lembra,

De como tudo começou

Resistir,

Lutar,

Morrer,

E renascer

Não podemos ser feitos só de carne,

Temos que além de tudo sermos uma ideia,

Pois idéias são à prova de balas

E são as únicas coisas capazes,

De derrubar o fascismo

O fim está próximo,

Não fechem os olhos,

Temos que cumprir nosso papel

Sofrer,

Para que o futuro,

Não culpe nossas crianças

Arte

Voar,
Pelo mato que cresce
Por cima de campos vazios e vivos,
No meio do inverno 
Fugir para onde não me persigam
Correr para não morrer,
Por ser absolutamente eu
Sexo,
Política,
Pensamentos,
Arte,
Música,
Amor
Por que falar em matar,
Quando podemos amar?
Por que esbravejar,
Quando podemos resolver os problemas juntos?
Tantas mentiras,
Tanto ódio
Eu só queria saber voar,
Por cima do mato que cresce,
Para achar meu país novamente

Dependente da Carne

Feche os olhos,
E tranque a sua mente
Porque elas entraram pela cozinha,
E agora não saem da sala
Todos os dias acordo e tento,
Tento fazer eles serem escutados
Porém quando há dependência,
E medo,
Não há amor que baste,
Para salvar uma alma pura
Eu vi a cara da morte,
E ela parecia com um relacionamento
Estou triste,
Pois hoje vejo mais um partir

Tolos e Fracos

Eu queria conhecerQuem inventou as árvores,Para dizer,Do fundo do meu coração,Que essa pessoa,Fez um ótimo trabalhoPois elas até mesmo secas,E sem vidas,São lindas e vivasA perspectiva é a melhor parte,De um universo cheio de perspectivasEu queria conhecer,A pessoa que inventou as árvores,Pois mesmo sem força,Elas nunca são carregadas,
Por ventos tolos e fracos

Acompanhando as Marés

Silêncio no mar aberto,
Uma tragédia anunciada
Desesperada,
Ela anda pelas docas
Chamando o mucuripe,
Mas agora é rio de janeiro
A Bahia ficou no norte,
Adeus amor
Adeus

O Céu

O céu
Que nos faz sentir pequenos,
Em nossas imensidades mundanas
Seus olhos são o céu de minha alma,
Onde meus pensamentos descansam,
E meus sentimentos exalam
Amar-te é inevitável,
Pois insólita é a visão deste lado do rio
Quando escutar gritos,
Não se confunda,
Porque os meus serão um canto
Olhe para cima e sinta,
A imensidade azul,
Que nos completa e eleva,
Ao universo

Nossas Brincadeiras

Deitado ao seu lado,
realizando nossas brincadeiras

Na cama,
onde não são erradas
As brincadeiras que a natureza pede,
e clama
Sexo,
o verdadeiro deleite da alma
Momento em que tudo se faz singelo,
e íntimo
O momento em que o tesão,
é o ponto de vista
De uma vida que só há desejo,
amor,
e prazer

Niterói, 2018

Sem Adeus

No dia em que morrer,
Não haverá uma chuva
Tampouco cartas ou adeus acalorado
Pois a vida não é um filme
E nem a morte,
Uma súbita decadência
A viola está na mochila,
E o que mais escuto é que:
"Até quando lágrimas?"
Eu tento,
Subo,
Desço,
Buscando um jeito
Mas estou cansado e só quero sombra
Todos os dias,
Você só diz,
"Por que as suas lágrimas caem?"
E só consigo responder:
"Já se deitou e se sentiu em pé?"
Nem todos sabem morrer

Eu Ando Tão Down

As vezes sinto uma dor tão fria,
Dentro do meu corpo,
Nestas tardes de domingo
E eu não importo,
Com quantas almas não me entendem
Eu as vezes fico tão triste,
Somente porque ninguém me escuta
Noites,
Olhando paredes paradas,
A beira do mar,
Mas sem ver a água
De um quarto cheio de armagura,
E ansiedade
Privadas a céu aberto,
Só para me lembrar,
De que não sou um bêbado
Sou somente alguém com depressão
Com lágrimas suprimidas,
E canções ainda não escritas

Cristalzinho

Eu consigo te ver
Nos meus sonhos,
Consigo te sentir no meu coração,
Meu cristalzinho
Te tocar não é possível,
No entanto te garanto,
Toda vez que vou ao mar te sinto aqui
Em dias ruins,
Eu queria te levar daí
Em dias bons,
Eu queria você aqui
E talvez você não exista,
Pois algo tão puro quanto você,
Eu nunca vi
Mas se você existir,
Fique aqui,
Até o momento que tudo faça sentido
Porque você,
Meu cristalzinho,
É a melhor coisa que eu nunca tive,
A melhor coisa que nunca vi,
A melhor coisa que nunca toquei,
Além de meus sonhos

A Chegada

A chegada,
Sempre mais pressionada
Pulando de galho em galho,
Galgo até o fim
Até o fim da linha
A linha,
Linha de trem
A linha de ônibus,
Linha que traça a gente
A gente que junto fica feio,
E também meio triste
Mas eu te diria,
Que a falta de beleza é sincera,
Quando a nós coopera
Renasça em meus braços,
Ou então vôoe entre as árvores
Deslizes em seus anseios,
Nunca diga não a um desejo
O fim já passou,
Assim como o começo,
Pois o presente é uma invenção
O passado que vem,
É o futuro que foi
Seja a síntese,
Veja os pingos de chuva em cima da rocha,
Sente-se na areia,
Olhe para você mesmo,
Pois agora você é o mundo.

Vento Cinza

É dia de vento forte
O céu azul não é garantia,
Pois o mensageiro está frio
As árvores ainda cantam,
Aquela sinfonia que uma vez foi feliz
Ziiiii Ziiiii
As folhas caem delicadamente,
É o outono mostrando sua cara
Ou seria os primeiros ventos da primavera?
Esta manhã está tão estranha,
Que na quinta eu achei que já era sexta
O céu ainda está azul,
Mas a chuva virá
Os anseios serão ignorados,
E tudo será molhado
Pois isso é o fim final,
Já vejo as nuvens no horizonte
Eu tentei aproveitar,
Ver tudo com meus próprios olhos,
Mas a névoa não deixa,
A névoa só quer me prender,
A névoa quer me matar
Você sabe que tentei,
O céu não é mais azul,
Os azulejos são amarelos,
E está tudo tão cinza...

A Guilhotina de Vidas

Difícil é caminhar pelo mar,
Nadar entre as areias dos desertos,
Ou então pular de madeira em madeira,
Até achar um porto seguro
Difícil é,
Navegar em águas misteriosas,
Onde nossas mentes se fazem sombrias,
E obscuras
O ponto onde as coisas se confundem,
E inimigos apertam nossas mãos
Um lugar onde fechar o coração é preciso
E abraçar o veneno,
Uma questão de tempo
A adolescência,
Um triturador de seres humanos
A primeira guilhotina,
Que corta a cabeça de nossas essências
O momento onde nada vem de graça,
E tudo custa lágrimas
Adeus eu digo,
A uma fase que nunca fez bem
Adeus eu digo,
Ao que me matou
Adeus adolescência 

Até o Fim do Mundo

Daqui é tão verdadeiro
O calor que corre em minhas veias,
Através de artérias até o miocárdio
Não há mágoa que esconda,
O quanto a vida sempre me leva a ti
Mesmo chafurdando no fundo do poço
Ainda posso sentir,
O que me trouxe até aqui
A liberdade
Vida é sim sobre dar e receber,
E talvez ir para o México não seja o suficiente
Para você abrir a janela,
E começar a viver
Mas olhe pelo menos,
Através do vidro,
O quanto já realizei
O quanto já vivi
E se talvez você conseguir,
Olhe dentro de meus olhos,
E me diga com certeza,
Que iria até o México comigo
Ah,
Pule essa janela logo,
E venha tocar o infinito de nossas mentes,
Venha se jogar no oceano e gritar,
Gritar até as correntezas nos levarem
Onde o calor em nossas veias,
Virem dias de sorrisos,
E de amor em nossos corações

Acalento

Sento hoje ao alento,
Me jogaram ao relento
E sem acalento,
Vivo a  vida relendo,
Minhas próprias aventuras
As páginas do livro velho,
São as prisões preventivas das pessoas
Deixo aqui meu relevo,
Adeus aos meus trejeitos

O Sonho de João

Eu queria ser provado,

testado

Te tocar do meu jeito,

sentir no peito todos os meus desejos

Escrever e ser escrito,

para e pôr alguém que exista

Quero alguém para poder dissertar,

sem me preocupar,

ou temer,

ser rejeitado

Quero sair e dar o mundo a alguém

Transar, viver e amar

Sentir toda a intensidade da vida,

entre meus dedos,

em meu coração

- Niterói, 2018

Condição Humana

A condição humana

Faz com que as vidas secas,

Sejam molhadas de água,

E que sejam classificadas em nada

O nada,

Que do nada,

Pode virar tudo

A condição humana,

Que nos faz virar lobos sentimentais

Tudo vira sentimento,

Quando a frase é longa,

E a mente pequena

Tudo vira sentimento,

Quando o beijo é molhado,

E quente

Tudo vira amor,

Quando as palavras saem à toa

Tudo vira raiva,

Quando o adeus é retalhado

E tudo vira tristeza,

Quando todos vão embora

Momentos Reais

Dias importantes,

Datas icônicas

Aquelas que nos lembramos,

Que o amor é real,

E a satisfação o tesão

A vontade de sentir na pele,

A verdadeira vida

O suor que caiu,

As espinhas que surgiram,

A adrenalina que pulsava

Agora tudo é história amor,

Tudo é ciência

A lenda mais real do mundo,

O mito da caverna

Caverna da nossa vida,

Que nem as lágrimas,

Foram capazes de derrubar,

Seus sonhos

Dias ruins nunca somem no vento,

Dias bons nunca saem da memória

O Contemplador

Creio que seja a melhor

Melhor hora,

Melhor dia,

Melhor jeito de dizer,

Que não tem o que dizer

Se todo o vocabulário do mundo,

Não adianta

Por que insistir,

Em palavras tão complexas?

Se todas as pequeninas palavras,

Já podem muito bem falar de você

Você

Que nunca precisou ser demais,

Para ser muito 

Muito, nem adjetivo é

Todavia gramática é muito feio,

Para algo tão magnífico quanto você

Algo, sujeito indefinido?

Não sei ao certo

Mas sei que definida é,

A minha completa admiração por ti

Pois tu,

Menina,

É dotada de algo inefável

Que provavelmente, 

Minha complacência linguística,

Nunca será capaz de mensurar em versos

Pois nunca fui de letras,

Não sou professor,

Tampouco escritor

Sou um mero comtemplador,

Um comtemplador de verdadeiras maravilhas,

Maravilhas como você

Sobre o Que Sonhar?

Vidrinhos molhados,

Em um dia frio

Sobre o que escrever hoje?

Descrever o dia,

Ou a chuva?

Os objetivos estão molhados agora

E nem sempre a vida é sobre biologia

Tem dias que eu acordo,

Sinto o suor me pegando,

E me expulsando da cama 

Olhando o mato e a rua,

Estão saindo,

Porque estou chegando

De que adianta ter medo,

Se o ódio não emana de mim?

Tem dias que eu acordo,

E sinto tanto amor em meu rosto

Como é possível alguém não sentir?

E em dias chuvosos,

Eles querem o que eu tenho,

Mas não querer ter a mim

E nem sempre vida,

É sobre biologia

A Linha de Ferro

Pare

Olhe

Escute

O cometa passou no céu,

E a luz flutuou,

Por cima dos campos

Renascimento é um grito de alguém,

Que anda desesperado,

Sedento e perseverante,

Por mudança

Pare

Olhe 

Escute

Do seu lado pode estar o caminho,

Ou o oceano

Se jogue ou nade,

Não importa

Pois no fim,

As correntes sempre voltam para a costa

Pare 

Olhe 

Escute

É ela te chamando,

Sua essência

Qual é a sua? 

Descendo ladeiras de bicicleta,

Todo mundo acaba sabendo,

Que no fundo somos poços

Poços inundados de paixão,

Pare 

Olhe 

Escute 

E ame o mundo

Vidas ao Vento

Direita 

Esquerda

Nunca aperte o freio,

E pedale o mais rápido que puder

O suor caindo,

A paz

Pairando e penetrando,

Com a brisa do mar

Paz,

Estamos sob um monte

Olhe para o lado e veja,

Há dois pássaros conversando e voando

Um diz ao outro: Estamos vivos

A Moça

Tem a mocidade do laço,

O medo do toque,

E o véu no rosto

Quando a boca toca,

Em seu pescoço,

Urge a moça 

Menina garota 

Ainda não sabe o que é de teu gosto,

Para viajar 

Amor,

Doce,

E gosto,

Ela só quer amar

Agora pegue em meu rosto,

Me beije gostoso,

E me faça flutuar

Amado e bem choroso,

Fecho meu ouro,

Para meu coração voar 

- São Gonçalo, 2019

Avós, Amigos e Namoradas

Hoje lembrei de você,

daquele dia nas calçadas onduladas

Lembrei das festas,

de nossas conversas

Hoje lembrei dos sorrisos,

da sua voz,

daquelas nossas aventuras

Lembrei do dia que chorei,

pensando que você havia partido

Lembrei de todas as vezes,

todas as vezes em que sonhamos

Entrou para a história,

para nossa história

Hoje eu também refleti,

se você consegue se lembrar

A mudança nem sempre é plena,

talvez você ainda esteja aí,

em constante peleja

Quem sabe um dia você volte?

Porém não será como antes

Hoje eu lembrei que fui feliz,

lembrei que fui feliz com você

- São Gonçalo, 2018

A Caminhada

Atravessando ruas nas faixas

Os devaneios se fizeram presentes,

Em minha imaginação,

De repente,

Tudo era calmo novamente

Em alguns segundos,

Parecia que eu estava onde deveria

Que não tinha lugar melhor,

Nem uma companhia melhor,

Ser uma história triste não era ruim

E eu estava ali,

Estava vivo,

E ela é tão linda

São poucos os momentos,

Que estar acordado é o bastante

Para sentir o prazer,

Que é estar com um sorriso no rosto

Ela com certeza,

Merece mais

E eu com certeza,

Mereço mais

Todavia em uma tarde de quinta,

Tudo parecia uma corrente,

Corrente de ventos quentes,

Que nos elevaram a além

Além da linha onde a mente pode alcançar

• Niterói, 2018

A Melancolia do Amor

Estranho é andar sem rumo,
Melancólico é viver dentro do mundo
Verdadeiras pérolas são seus olhos,
Hipnotinanzante é a sua voz
Falando sobre tudo,
E fazendo do meu mundo,
Uma paz libertadora
Poderia muito bem,
Uma pessoa como eu,
Passar todo o meu dia olhando você
Mas infelizmente,
O medo de me apaixonar mais fala alto
E talvez,
Só talvez,
Você já tenha se instalado na minha mente,
E em meu coração

A Batalha Pelas Maravilhas

Eu moro no lugar mais lindo do mundo,

Moro no Rio de Janeiro 

Vivo no lugar mais segregado do mundo,

Segregado sou no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro,

Lugar onde o capitalismo toca,

E se mostra

Rio de Janeiro,

Das 7 maravilhas

Onde o Cristo que vive de braços abertos,

Não abraça ninguém

Rio de Janeiro,

Dos relevos desconcertantes

Tu és mais europeu,

Do que brasileiro

Tu és povão,

Mas só se lembra da burguesia

Tu és maravilhoso,

Do túnel para lá

- Niterói, 2018

Ainda há Esperança?

Ainda conseguimos,
Ver nossos sonhos se esperilizarem?
Sentir nossos corações abandonados
Será mesmo que abdicar de viver,
É mesmo um ato de covardia,
Ou é simplesmente mais uma rodovia?
Viver mastigando
O sangue dourado,
De todos os nossos dias
Presenciar a vingativa dádiva,
Daqueles que nunca fomos
Generalizando,
Pois tudo bem
É normal ter raiva,
Mas o ódio acaba sendo o espelho,
Dos inocentes presepentos,
E dos vilões gloriosos

Estrelinha

No campo de batalha,
a adolescência nos impõe algo,
que faz tudo doer e remoer
São tantas decisões,
tantos desejos e pensamentos
E se eu não quisesse ter algum?
Se eu só quisesse olhar aquele sorriso?

Os adultos não entendem
A vida gira tanto,
e girando,
Se transforma

Olhando atrás das nuvens,
Ela é o sol
em formato de um girassol,
transforma angústia em paz,
somente abrindo seu sorriso

Niterói, 2018

Um Soldado Humano

Nunca achei que você fosse o último
Acho que sabe disso,
Eu não preciso mentir pra você
Até porque,
Nem conseguiria mentir pra você
Pois você é satanista,
E se deus não consegue ver tudo,
Satã consegue
Depois de tantas ideologias,
Enforcamentos,
E discussões
No fim,
Você é o que mais se parece comigo
Bizarro é,
Admitir isso
Soldado,
Soldadinho,
Não estamos sozinhos

O Encantamento da Estrela

E se eu te disser,

Que estou completamente apaixonado por você

Se eu pegasse na sua mão,

Como nunca peguei antes

Se eu te beijasse

Perto de seus lábios,

O que você faria?

Se eu te pedisse,

Para ser minha a vida inteira

Minha não,

Porque você é mulher de verdade,

E mulher de verdade não é de ninguém

Mas,

Me diga,

Você me deixaria te amar?

Te tocar,

E te levar para ver o mundo,

O mundo para lá do muro

Você toparia sentir o vento te tocar,

Ao meu lado?

Aceitaria?

Se a resposta for não,

Eu ainda posso ser,

Tudo que sempre fui

Porém se for sim,

Poderei expressar de um jeito meio torpe,

Todo meu amor por você 

- Niterói, 2018

Deus Não é Proletário

É o pior momento

De uma vida cheia de tragédias,

Dentro de histórias incábulas

Pedras estão sendo jogadas,

E o sangue escorre

Através das lágrimas,

Que rolam pelas feridas do passado

Presente,

E futuro

As doses de whisky não ingeridas,

Dão lugar a devaneios sóbrios

A existência é existencial demais,

Um lugar

Que só serve para lamentar,

Onde eu grito sem parar

Tudo que queria no fundo era alguém

Que me achasse,

Em meus sonhos

Me tocasse...

Eu sou humano,

A vida deveria ser sobre dar e receber

Deus,

Você é uma farsa burguesa

Saia daqui com sua esperança,

Essa ideologia falseada

O buraco está se fechando, 

E eu queria que alguém me escutasse

Dentro de meus sonhos

A Companheira

Nada é feliz antes das 5,

mas você é a pérola dos meio dia,

das quatro da tarde,

e das nove da noite

No travesseiro,

você é compreensiva

E no ônibus voltando pra casa,

você não me magoa

Depois da gritaria desse lar,

você me pede paciência,

"Eles não querem ser assim"

Depressão,

você já foi mais distante

houveram tardes em que não a vi

Porém você tem razão,

sua presença é a única certeza que tenho,

na minha vida

Pontal. São Gonçalo, RJ.

O Pontal não é a BR

Ele vai além das ladeiras de concreto,

E das casas verdes e amarelas

Entre suas esquinas

Dá para sentir a brisa da baía,

E a calmaria das suas caninhas

Entre o barulho distante de carros,

Voando em mais de 100km/h,

O céu é azul

E tem suas tesouras

As que só cortam os ventos,

Bailando num ritmo único e sinuoso

Que acalma a alma

Subindo o Galão,

Com curvas mortais e bases abandonadas

Não há lugar mais lindo

O Dedo de Deus ao fundo,

Rio de Janeiro ao alcance dos olhos,

E o Pão de açúcar

O Pontal é a ponta do meu mundo

Mundo de belezas isoladas,

De belezas desacreditadas

Aquelas que ninguém quer ver,

Que todos ignoram,

Por serem as mais únicas e sinceras

São Gonçalo, 2018

O Beijo da Bugadinha

Ardentes
Talvez seja uma boa definição
De algo tão unicamente insólito,
Que tocou o íntimo,
E provocou a hipófise
E o que seria de nós,
Humanos,
Sem a hipófise?
Ela comanda tudo,
Exala tudo
Quando eu senti,
Que ela havia conseguido tocar a minha,
Senti que era hora tocar a dela
Beijando levemente,
A boca
Mordiscando suavemente sua língua,
Posicionando minhas mãos
Esse é o auge da juventude,
Da liberdade
E quando minha mão descobriu seu tesouro,
Tímida,
Se retraiu
Meu dorso,
Se fez confortável pra a moça
Que me hipnotizou no seu beijo,
E me paralisou com seu jeito de viajar,
Através da minha hipófise

Complexo de Batalha Naval

Perdi na batalha naval,

E na vida

Eu sempre quis quem não posso ter,

E isso acaba com a minha natureza

A verdadeira biologia da vida

Deitado na cama sozinho esta noite,

Pensando naquele corpo

Eu sempre quis quem não posso ter,

E talvez seja exagero,

Mas já percebeu que seus olhos são azuis?

Esses dias de cansaço,

Só me confundem

Será que isso é natural,

Ou biológico?

• Niterói, 2018

A Depressão é Capitalista

Ruas velhas,
De um centro vazio,
Em uma cidade triste,
Com pessoas deprimidas
Acho que todos já sonhamos
Sonhos gloriosos,
Dourados,
Montanhas verdejantes
Sobre as nuvens,
Sonhos não existem
Pois as planícies fétidas da existência humana,
Não deixam a proliferação de felicidade
Há uma verdade explícita sobre o mundo,
Que se esconde em pequenas coisas:
"A esperança é a felicidade do povo"
E esperando,
Pelas ruas velhas,
De um centro vazio,
Em uma cidade triste,
Com pessoas deprimidas
Alguém soluça e sorri,
Pois hoje é sexta-feira

Estrela Cadente

Se todas as estrelas caíssem,
Teríamos que olhar para o chão
Pois a essência de tudo,
É a beleza do mundo
Se todas as estrelas caíssem,
Eu ficaria perdido,
E os restos seriam glorificados

Você já viu o sol ao anoitecer?
Ele é azul marinho
Se todas as estrelas caíssem, amor
Eu continuaria olhando nossas fotos,
Tocaria seu rosto pela manhã,
Beijaria sua boca,
E me apaixonaria todos os dias
Pois no meu céu,
Você sempre foi a estrela favorita

Niterói, 2018

E Se Hoje Fosse a Última Vez?

Se hoje fosse meu último dia,
Com certeza escreveria uma carta
Sobre meus amores nunca vividos,
As tragédias vindas do pita
E como não lembrar,
De quando eu peguei aquela HQ?
Dos meus amigos,
Que um dia chamei de irmãos
Os motivos por eu ter aparecido,
Que aos poucos sumiram

Se hoje fosse meu último dia,
Gritaria chamando,
Meus heróis de infância novamente,
Ou os mataria
Pois o mundo não precisa de pedófilos

Se hoje fosse meu último dia,
Oh céus,
Eu deixei pistas
Em todas as manhãs,
Durante aqueles domingos mãe
Implorei a todos um jeito,
Um modo de fugir

Se hoje fosse meu último
Seria justo dizer adeus,
Depois de tantos que já dei?

Se hoje fosse meu último dia,
Isso significa que nunca fui feliz
E nem mesmo as estrelas podem dizer ao contrário

E se hoje fosse meu último dia
Morrerei sem saber,
Se eu consigo tocar as estrelas

São Gonçalo, 2018

Minha Mulher Maravilha

Mesmo a maré puxando,

Ser puxado é pesado

Amar e ser glorificado,

A cada passagem de som

Fazendo-me lembrar,

De minha heroica infância

Minha Mulher Maravilha,

Ela poderia acabar com todos os vilões num estalo,

Voar e combater o mal

E tudo isso sem desmanchar o penteado

Mas infelizmente,

Assim como a DC Comics,

O Mundo real é feito de crises

E dessa vez, 

O darkside sempre esteve lá

E nem minha adolescência insólita foi capaz,

De me fazer desistir

Mas agora,

A maré puxou de verdade,

E ser puxado ficou leve de repente

Amar e ser glorificado não é mais importante,

E o adeus tá próximo

Adeus para a Mulher Maravilha que virou Louis Lane,

Adeus a quem eu julguei heroína

As ilusões da infância,

São as que doem mais,

E as mais difíceis de aceitar

Talvez um dia o Flash consiga mudar tudo,

Eu volte a gritar saúde

- São Gonçalo, 2018

Um Mundo Resumido em Sampa

É tudo tão frio aqui

Mesmo o sol aparecendo,

Ainda chove sobre mim

A vida tem mesmo momentos de São Paulo,

Onde tudo fica cinza,

E escuro

São aquelas velhas receitas para o caos

Ainda me sinto um marginal,

Um marginal na minha própria mente

Os muros são grandes,

E minhas pernas pequenas,

Adeus

Ela já ganhou,

Adeus

Eu já perdi,

Teve uma noite na qual eu sonhei

Era o mar azul novamente,

Eu estava vivo

Haviam campinas e ciclovias,

Ônibus de papel e liberdade,

Eu acordei 

Onde estão as antigas promessas?

Ilusões

E as piores ilusões do mundo,

São mesmo as da nossa mente

Você já Foi Linda, Se Lembra?

Quando a batalha está perdida,

E tudo que vem de lá é tristeza e decepção

Abandonar não é uma decisão,

É uma obrigação

Apesar de guardar ser pior que deixar,

Esperar é a sentença certeira para a tristeza

E em um consultorio psicológico,

Recomendações são feitas a todo momento

"Será mesmo que abdicar de tudo é o certo?"

Creio que não há resposta certa

Se você espera o português correto,

Ou revolução linguística em meus poemas,

Pare de ler

Pois minha poesia é livre,

E um refúgio deste mundo ruim

Um mundo onde tudo se conserta pelo sangue

Não o sangue das batalhas,

Mas o sangue de nossos sobrenomes

Tudo se justifica,

Tudo é perdoavel,

Tudo se esquece,

E tudo se tolera

Eu não tenho mais sangue

Pois eu sou Goulart Silva,

Mas antes de tudo,

Sou João

João Pedro,

Sou JP,

E estou aqui

Se um dia,

Você se tocar que tem algo antes do Goulart

Ágape

Pareceu uma piada,
Mas era só ódio sem explicação
Quando o ódio é vivo,
Motivo não é preciso
Coragem
Para viver e pensar,
Refletir e amar,
A tudo
E a todos
Oh meus anjos,
Eu tô vivo
E mesmo que minha mente seja demais para vocês,
Eu não vos condeno,
Só não entendo o motivo para ódio
Porém não desisti de vocês
Jesus Cristo disse que,
Viver se trata de amar ao próximo,
Como amaste a si mesmo
E isso inclui vocês minhas irmãs
Eu as perdôo,
Pois vocês não sabem amar
Eu as perdôo,
Pois vocês não sabem porque me odiar
Eu amo vocês,
E antes da minha partida,
Eu tenho que lhes dizer:
"Amem"

Koé Tawan

Fardas pretas e brancas
As que esquentam vossos corações,
E despertam paixões lacrimosas
Mentiras e desencontros,
O exército é feito disso
Aquele exército grande e invisível,
O exército da nossa mente
E em dias que eu poderia chamar a Deus,
Você chora
"Em minha vida, isso é absolutamente  normal"
E em dias que você poderia chamar a Deus
Eu choro
"Em minha vida isso é absolutamente normal"
Pessoas não se importam,
Se você veio de marte ou não amigo,
O que importa é a farda

Ela Quis Ser Nathalia

A Hemoglobina está em falta

Assim como a verdade,

Que vem sendo dobrada

Confesso,

Ainda não acredito naquelas palavras

Porém adolescentes fúteis são assim

A hemoglobina está em falta,

E essas pessoas precisam de diálise

Para que ter opinião,

Se cansa e não traz curtidas?

Ah

Aquelas tolas que não sabem o que é amar,

Ou ter idéias próprias

Até quando irão dormir? 

Até seus seios caírem,

E as espinhas desaparecerem?

A hemoglobina está em falta,

E tudo nessa idade é falsidade

O Suicida

Me escute por 5 minutos 

Eu quero morrer,

Pois a vida não é como eu imaginava

Enquanto eu caminhava,

Com meus pés descalço nas ladeiras sujas,

Na casa da minha avó

Me diziam em como viver é gostoso,

Incentivando-me a pensar,

Sonhar e estudar

"Conhecimento é tudo"

A hipocrisia humana,

Tão comum quanto sangue O+

Não tardou a tudo mudar,

Adolescência,

Com certeza a pior fase da vida,

O momento onde tudo vem à tona

E o mundo se faz real pela primeira vez

Não consigo fechar os olhos,

E ignorar que felicidade não existe quando se conhece o mundo 

Ah,

Entenda

Não sou aqueles suicidas comuns,

Suicidas comuns acham que morrer vai chamar atenção

A idéia aqui não é essa,

Estou cansado

É tudo muito complicado desse lado da cerca,

Vazio

Esta doendo,

Vazio

Esta ardendo,

Vazio

Estou morrendo

Adeus?

Existe um deus?

Um céu?

Um paraíso?

Creio que não

Mas 

Mesmo assim

Eu amei você,

Eu amei as pessoas,

Eu amei o mundo

De uma forma que talvez ninguém entenda,

E tudo que recebi foi ódio e hipocrisia em troca

Mãe,

Pai,

Avó,

Avô, 

Melhor amigo,

Namorada,

O que vale todos esses rótulos?

Se no final só sobrou hipocrisias?

O mundo me decepcionou de uma forma,

Que desisti dele,

Assim como de todos que nele estão

O Paraíso dos Sonhos Verdes

Bem, deve haver,

um lugar onde as árvores cantam,

e o suor no rosto seja doce 

Onde tudo é verde e azul,

amarelo e rosa

Um lugar onde as tardes tem 20 horas,

e as manhãs 4

Onde não há lágrimas,

 ódio e solidão

Bem, deve haver 

Um sol brilhante,

um campos de orquídeas

Nada importa,

tudo vive

Um lugar onde os sonhos não se percam,

mas sim viram realidade

Por favor

Estou vazio

Diga pra mim que existe

pois hoje me entrego ao vento,

querendo que ele me leve a este lugar

São Gonçalo, 2018

.

Eu queria voltar

A ver a vida como ela deve ser vista,

E ver o mundo além da fita 

Mas a poluição aumentou,

E tudo ficou cinza

Treinando bem as despedidas,

Não há melhor do que as repentinas

De primeiro,

Um susto

Depois a aceitação,

E o esquecimento

Sem lembranças,

Sem recordações

O "Tchau" é prejudicial,

E o adeus cruel

Então

Eu prefiro,

Simplesmente um ponto

.

As Rochas da Tristeza

E tudo fica monótono,

Quando a solidão joga pedras na janela

Está tudo tão parado,

Que nem mesmo a dengue consegue suportar

Intensidade é igual a liberdade,

E o tédio é igual a prisão

Pensando bem,

O desespero faz o alienado,

E a tristeza,

O solitário

Almas Desérticas

Na estrada

Sem rumo com medo da vida

Fugindo de algo que existe,

Tentando tocar algo que não existe

Entre o sol e o asfalto me pergunto,

Se um dia ainda serei totalmente feliz

E se no final do caminho,

Haverá uma praia entre as dunas

As barreiras do emocional,

São com certeza maiores que as físicas

Ir para Maricá de bicicleta não é nada,

Conseguir viver sem chorar é tudo

O calor,

As ruas de barro,

E entre as lagoas desérticas,

Um sorriso me escapa

Sozinho,

Eu grito

Grito quando o vento passa,

E o mar me abraça

Um Herói

Fodase

Eu não escolhi ter depressão,

Somente pegar em vossas mãos,

E achar que vocês eram deuses

Mas não,

Só existe um deus

E ele não é humano ou tem poderes,

É a terra

A terra é a única Deusa

Mesmo sangrando,

O mundo ainda não acabou

E entre as nuvens,

Ainda há um sol

E se não tiver,

Fodase

Eu não escolhi ter essa vida,

Depressão,

Ou todos os demônios que por minha história passaram

Eu deveria me valorizar mais,

Pois se existem heróis,

O da minha história sou eu

As Campinas Inventadas

Pegue minha mão

Me leve daqui,

Eu lhe imploro

Esta manhã tem andado tão sombria

Aqueles velhos tempos,

Nunca irão voltar

Tentando olhar para o futuro,

Não há flores

Ou campinas verdes

Eu sinto,

Todos os dias,

Uma parte de mim morrendo devagar

Escrevo por desespero

Alguém pegue minha mão,

Me leve daqui

Me leve para andar

Eu só quero ver o céu

Pois o vento leva,

Tudo que eu toco

Pois o vento bate dentro da minha alma,

Correndo sem freio

Porque não há nada,

Não há nada

Somente um silêncio ensurdecedor,

Eu não consigo continuar

Pegue na minha mão,

Me leve daqui,

Meus olhos estão se fechando

A Morte Bate a Porta

Encenando um cenário estranho

Perambulando pelos desertos,

Percebendo que a esperança acabou

E o futuro não existe,

Pois o fim chegou

Para que viver se tudo está branco?

Os sentidos da vida,

Eram simplesmente ver o mundo

Mas agora está claro,

Não há sentido

Dores e sentimentos,

Os sorrisos falsos não compensam tanto esforço

Cansaço e tristeza,

As pessoas falsas não merecem segunda chance

Desesperado a margem

O mundo não quer melhorar,

O mundo precisa me matar

Esperança?

Acabou

Acabou a bateria,

A perseverança,

A fé,

E a minha vida

Isso é sim uma despedida

Resta agora saber,

Se as estrelas são brancas

Ou amarelas em tom de pele

Vidas Abundantes

Lutando,
As trevas vão tomando conta

Dos computadores de sonhos,

Das vidas abundantes

Abundantemente vastas,

De felicidade e sonhos

Saber onde foi parar o arco-íris,

Talvez seja o principal enigma

A fé está perdida,

E a guerra imaginária,

Maldita

Malditamente necessária

De todas as lágrimas,

Estas secas tem sido as piores

Pois a esperança esperou,

E a abundância se expirou

O Mar do Estreito de Mimsay

Cegueirado atrás de seus lábios,

Perdido em meio a sua confusão

Aquelas pilastras,

Onde nos encostamos,

São tão grandes e frias,

Porém meu coração é tão liso e quente

Ontem me peguei te olhando

Tão linda,

Tão independente

O trem já deveria ter partido,

Mas enquanto ele tende a permanecer na baía,

Eu só não quero me jogar no mar de Bering,

Que de tão frio e congelado no inverno,

Brilha à luz do luar

A Assustadora Felicidade

Triste

Livre

Leve

Feliz,

e em frente

Coragem sempre falta,

quando o sol aparece

O medo consome,

tudo que não é errado

O amor me corrompe a cada olhar,

entre os beijos,

algumas certezas: 

Triste,

Livre,

Leve,

Feliz,

e em frente

- Niterói, 2018

Os Manuais Imagináveis

Os cachos enrolados de uma cabeça confusa

Difícil é escrever rimando,

Difícil é viver amando

Ah aquelas velhas cartilhas,

De como se sair bem com uma garota

Aquelas que todo menino deveria saber,

Mas eu nunca nem vi 

Por que tanta pressão em minha mente?

Elas parecem mesmo umas monstrinhas,

Aqueles diabinhos,

Que são mestres do disfarce

De tanto medo,

Nem percebo,

Que amedrontado,

Eu só fico mais apaixonado,

E deslocado

O Vácuo Cósmico do Mundo Real

É tanto desespero

E fragilidade, 

Que tudo se resume em lágrimas apesar de nada ser motivo para elas caírem

Eu tenho um buraco

Na alma,

No psicológico,

No coração,

Ele só aumenta a cada noite

A cada perda,

A cada música feliz, 

A cada lembrança

Tudo se resume a tristeza,

Quando a minha mente descansa

Tudo se resume a tristeza,

Quando eu percebo o quão vazio é o vácuo cósmico que se fez real em minha mente

Tudo vem se destilando em incertezas,

Em esperança que provavelmente vai acabar quando vier a primeira porrada

Tudo acaba em tristeza quando percebo que não há mais pessoas como eu no mundo

Sou um marginal,

A margem da sociedade e da reciprocidade

Não existe sol,

Não existe mais sol

Está se apagando

Eu sinto,

Sinto aqui dentro

Quando tudo escurece,

Fica frio aqui dentro

Quando tudo fica claro,

Meus olhos doem diante das verdades 

Eu não tenho mais minhas hélices,

Não sinto minhas pernas,

Não a vejo a luz

A Velhice da Elite

Vamos,

Que vamos,

Que vemos 

Tentando não entender,

O que esses velhos tem a dizer

Quem nunca sentou no banco de trás

Não conhece a angústia,

De se estar sempre um andar a baixo

São as velhas normas

Os velhos versos,

Os velhos julgamentos sem empatia

Poesia,

Algo vivo,

Algo novo,

Algo livre

Sem velhos costumes,

Ou velhas injustiças

Uma sociedade velha,

Um mundo decadente,

Uma humanidade sem poesia

Os Raios da Dor

Largado por essas esquinas,

Eu só queria conseguir levantar

Ir para a praia ou para as nuvens

Um lugar onde não tenha dor,

Onde não tenha mentiras

Eu só quero amar,

O ódio não existe em meu coração

Mas quando o raio cai,

E tudo vira choque e tristeza,

Eu só queria poder morrer em paz

O Ponto Final

"Adeus"

Nada no mundo deveria ser assim

Tão cru,

E mal cozido

Parece distante daqui,

Os campos elíseos que me prometeram

Onde não existem partidas,

O lugar onde o maquinista toma café,

O ponto final

Está tão longe,

Não vejo suas janelas e torres

E já caíram tantas lágrimas,

A manhã está fria,

O adeus será ecoado novamente 

A Masculinidade da Alma

E se eu te dizesse,

Que a vida é maior que seu dente,

Que a tristeza é verdadeira

O que você me diria?

São tantos devaneios,

O que vem acontecendo?

Por que está acontecendo?

São tantas perguntas,

É tudo muito grande para processar,

E eu não sou adulto

Não sou criança ou velho,

Tem dias que eu não queria ser um homem,

Garoto,

Ou macho

Eu queria poder chorar livre e em paz,

Um mundo sem depressão era tudo que eu mais queria,

Sem ditadores ou simplesmente tristeza 

O Rosa Roxo do Sol

O sol

Como é gostoso daqui,

Sentir a vida entre meus dedos,

Sentir os olhos dela misturados com meu desejo

Tudo ficou azul,

Quando a rosa se fez de roxo,

E tudo parecia ter parado 

Poesia não existe somente escrita,

Ela é viva

Como um abraço,

Um gesto, 

Uma palavra,

Ou como um beijo