terça-feira, 14 de julho de 2020

A Barbárie do Capital

Como é solitária a quarentena,
Como é desesperadora
A realidade está posta,
Sangue está sendo jorrado,
E só vejo piadas de lado a lado
O presidente não está nem ai,
Fodam-se os mortos
Os militares na esquina,
Estão só esperando o momento,
Vão dar o bote

A barbárie só está começando,
E o desespero domina a quarentena
Hoje deito na cama com sangue,
Sangue nos olhos e puto
Puto com a burguesia,
Com o capital,
E com o Bolsonaro
O fim do mundo não está próximo,
Mas o de milhares de periféricos,
Sim

- São Gonçalo, 2020

sexta-feira, 3 de julho de 2020

E lá Vamos Nós

De novo estão pisando em ovos,
Se alegrando com falsas vitórias,
E idolatrando os porcos
De novo estão trilhando o velho caminho,
O caminho que não leva a lugar algum

‘’Democracia burguesa ou morte’’,
Bradam os ‘’democratas’’
Democracia burguesa que é a morte,
Que é a opressão,
Que é o massacre do pobre,
Do preto,
Da mulher,
Dos LGBT

De novo estão pisando em ovos,
Se alegram com falsas vitórias
Não conseguem sair de suas alienações,
Não conseguem perceber que:
De farda ou não,
O capital é a opressão,
É a tirania,
É a morte 

São Gonçalo, 2020

O Monstro

Seu corpo é quente,
Como a divina porta do inferno,
Como o Rio no verão

Tocando-o,
Senti um monstro aprisionado,
Esperando para sair
Deitou e não temeu ser acordada
Pois naquela tarde só havia arco-íris,
E paz

Foram tardes jogadas,
Na cama do meu quarto,
Vendo o mar,
De todos nossos sonhos

Um dia você vestiu um vestido pra mim
E eu o tirei,
Em menos de cinco minutos
Tentando achar o monstro,
Que sempre me fez te amar

São Gonçalo, 2018