domingo, 29 de novembro de 2020

Vivo

Estou vivo, 

E meu coração quente,

Está longe de ser apagado


Estou vivo,

Não sou um capacho

As asas da minha mente são livres,

Elas voam tão alto, 

Que a alienação não consegue alcançar


Estou vivo, 

Minha voz ecoa forte, 

Sobre os que extorquem,

Sobre os oportunistas,

Sobre os indivíduos mesquinhos


Estou vivo,

Não me ajoelho,

E sigo em frente

O horizonte luminoso está próximo


São Gonçalo, 2020


Mais uma Vez

De novo estão pisando em ovos,

Se alegrando com falsas vitórias,

E idolatrando os porcos

De novo estão trilhando o velho caminho,

O caminho que não leva a lugar algum


‘’Democracia burguesa ou morte’’,

Bradam os ‘’democratas’’

Democracia burguesa que é a morte,

Que é a opressão,

Que é o massacre do pobre,

Do preto,

Da mulher,

Dos LGBT


De novo estão pisando em ovos,

Se alegram com falsas vitórias

Não conseguem sair de suas alienações,

Não conseguem perceber que:

De farda ou não,

O capital é a opressão,

É a tirania,

É a morte 


São Gonçalo, 2020


A Central do Brasil

Central do Brasil, 

o coração popular do mundo carioca 

Onde se encontram o samba, 

a luta,

e a camaradagem carioca 


Entre a correria, a confusão e os ruídos dos trens,

a cidade maravilhosa,

mostra todas suas contradições

A fome, o desemprego, a falta de teto

A Central é o retrato do desastroso capitalismo burocrático brasileiro,

Que massacra e oprime os pobres diariamente,

que tira até a última gota de sangue do povo 


É na Central que reside a luta e voracidade do povo

É na Central onde tudo começa,

e termina 

Pois a Central do Brasil é do povo, 

pois a Central do Brasil é o povo 


São Gonçalo, 2020


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Meu Horizonte

 Não me entrego a retórica, 

Não me assusto com frases prontas,

Não me abalo com a incompreensão,

Não sou utópico


Meu horizonte é coletivista,

Meu futuro é socialista

Não temo a revolução,

Pois sou proletário,

Sou periférico,

Eu clamo por ela 


Não temos nada a temer meus amigos,

É questão de tempo

O capitalismo vai acabar, 

O amanhã vermelho vai triunfar


Não vou me intimidar,

Não vou me calar

Sem retroceder, 

Sem temer

Meu horizonte é coletivista,

Meu futuro é socialista. 


- São Gonçalo, 2020


Um Tempo

Escrever é difícil

Teve um tempo,

em que eu sabia desabafar

Um tempo em que as lágrimas, 

saíam pelas palavras


A solidão é barulhenta

Grita tanto,

é impossível ignorá-la

Tenho saudade do tempo,

em que eu achava possível sonhar,

sonhar com uma vida sem tristeza 


Caminhar é fácil

Houve um tempo,

em que eu subia a Saída 316,

e era como se o vento soubesse,

onde eu queria ir


Viver é ameaçador

ainda lembro do tempo,

onde eu ainda conseguia ficar de pé 

A realidade foi muito frustrante de fato,

como costuma ser nesse lado do Rio Bomba


- São Gonçalo, 2020

A Curva da Morte

 A curva da morte brilha e se mantém viva sob a luz do luar. Mesmo com o barulho das árvores balançando com o vento, a calmaria toma conta. As pequeninas marolinhas que insistem em bater no concreto da fábrica, bailam em uma sinuosidade única enquanto refletem a lua. Elas aferram meu coração, elas batem forte dentro de meu âmago. 

Desmascarando todas as ilusões, despersando todas proteções. Enquanto a bicicleta pula em todos os buracos, sinto-me envolto em minha própria sombra, sinto um frio na barriga, pois cada buraco sempre parece maior do que de fato é. 

A curva da morte vive as margens da Baia da Guanabara, e nos dias de lua cheia, brilha forte como um diamante.

- São Gonçalo, 2020