O caminho até a praia pode até ser tortuoso, mas nada impede o povo num domingo de sol no Rio de Janeiro. Nem mesmo um ônibus entupido de gente, ou a distância, pois tudo se resolve com um cooler cheio de gelo e um pagode na caixinha de som. Tanto faz o ônibus quebrar, uma hora vamos chegar, o céu azul é para todos. Cervejinha gelada, churrasco na grelha sob a areia e a água gelada do mar, esse é o espírito do Rio.
Não sou tão chegado ao calor, mas nem preciso ser para sentir a felicidade que exala para todo lado quando o sol aparece num dia como esse, é só olhar em volta. Parece até, que pelo menos por um dia, não estamos mais em guerra, que por um dia, todo o conflito acabou. Pena que o domingo só tem 24h.
Viver no Rio é viver em guerra. Contra a polícia assassina, contra o tráfico, contra todo o caos urbano. É uma guerra ininterrupta contra o velho Estado, que tanto mata e extorque o nosso povo, todos os dias. É preciso ter muita fibra pra não se deixar abater e o carioca não desiste, não deixa o sorriso do rosto sumir e mantém a esperança na luta.
Entre as balas perdidas e achadas, entre todas as dificuldades que cada vez aumentam mais, o Rio de Janeiro é do povo que o constrói e resiste todos os dias e vai continuar sendo.
Rio de Janeiro, 2023
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