"Penso logo existo", foi Descartes quem disse isso. Será mesmo que ele precisou pensar para existir ou a nossa existência, que nos faz pensar o motivo de vosso próprio destino? Não sei se acredito em destino, mas na leitura acredito. Acredito que entre as linhas e frases, há mesmo um certo tipo de libertação. A libertação de entender, que livros não tem respostas, mas sim perguntas. As perguntas que só a estrada pode satisfazer e o mundo moldar.
Descartes não conhecia o Rio de Janeiro, não sabia que pensar, não é existir, pois existir aqui é sobreviver as balas perdidas. Existir aqui é fugir das prisões do capital, é driblar essa elite nojenta e explorar. Explorar as maravilhas da cidade maravilhosa, explorar a selvageria de suas esquinas e botequins. Explorar e viver no ritmo do samba, pulando no mar, nadando nos rios, babando aos relevos e vivendo no mato. Cerrando os punhos, trincando os dentes e resistindo a PM nojenta que representa o velho Estado brasileiro.
Existir no Rio é ser sobrevivente, ser sobrevivente no Rio, é ser livre.
São Gonçalo, 2020
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