segunda-feira, 15 de junho de 2020

O Escuro da Pandemia

No escuro da pandemia,
Morrem os silenciados,
Morrem os subnotificados
De tão invisíveis,
Morrem sem sangue
De tão descartáveis,
Morrem sem nem virar estatística,
Viram, na verdade,
Churrasco para o presidente

A carne do pobre,
Sempre vai ser fácil de ser grelhada 
A bandeira nacional é vermelha, 
Vermelha de sangue,
De sangue periférico

O sol é para todos
Morrer esperando uma UTI do SUS,
É para muitos
Morrer sem diagnóstico correto,
Para a maioria
Não surtar ante a necropolitica, 
É para poucos 

São Gonçalo, 2020

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