No escuro da pandemia,
Morrem os silenciados,
Morrem os subnotificados
De tão invisíveis,
Morrem sem sangue
De tão descartáveis,
Morrem sem nem virar estatística,
Viram, na verdade,
Churrasco para o presidente
A carne do pobre,
Sempre vai ser fácil de ser grelhada
A bandeira nacional é vermelha,
Vermelha de sangue,
De sangue periférico
O sol é para todos
Morrer esperando uma UTI do SUS,
É para muitos
Morrer sem diagnóstico correto,
Para a maioria
Não surtar ante a necropolitica,
É para poucos
São Gonçalo, 2020
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