Tento levantar,
mas meus dedos não respondem,
Ainda não consigo superar que já amanheceu
o despertador já tocou,
o desespero já tomou conta,
Vai tudo começar mais uma vez,
e o matadouro está batendo a porta
Não descansei mais uma vez,
as lágrimas que secaram de ontem,
estão caindo novamente
Tento me conformar que vai começar de novo,
mas tudo que consigo é vomitar mais uma vez
Ainda não são 8 da manhã,
e o calor escaldante já começa a tortura,
berrar infelizmente não é uma opção
De passo em passo,
luto contra essa vontade enorme,
de me entregar ao fim
Os minutos passam,
mas a dor não
Não consigo parar de pensar,
não consigo pensar,
só quero não pensar
São tantas besteiras,
é tanta raiva,
frustração
As horas passam, como se fossem dias
Vivo no meio de surdos falantes,
e de falantes surdos
A tristeza só aumenta conforme a meia-noite chega,
a solidão invade e da suas mãos com a ansiedade,
Tento desmaiar, mas tudo que consigo,
é me desesperar ao lembrar,
Que amanhã tudo se repetirá
São Gonçalo, 2022
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