quarta-feira, 15 de abril de 2020

Não ao Cristo

 Não tirei foto do cristo, porque ele não merece, pois além de ser capitalista, é um símbolo de toda uma falsa esperança: a falsa esperança de que alguém abraça os periféricos cariocas. 

Entre as sinuosidades dos relevos pueris cariocas, os carros gritam com seus pneus carecas e motores queimando. É a ópera de uma cidade prestes a se colapsar, de um sistema insustentável que um dia destruirá por completo o verdadeiro Rio de Janeiro. 

O rio das matas, dos rios, dos relevos maravilhosos e do mar infinito. Com certeza todas as vezes que subir o corcovado, não tirarei fotos do cristo, que não abraça ninguém além da segregação. Sempre irei focar no horizonte que os ventos fluminenses hei de me levar.

São Gonçalo, 2019

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