quarta-feira, 15 de abril de 2020

Uma Vez


Um vez, me apaixonei. Um dia abri meus olhos, vi aquele rosto e só consegui sentir uma sensação que me fazia engasgar. A cada encontro, esbarrão, conversa, era uma loucura. Era uma intimidação natural que meu corpo sentia, ficava estático ao falar com uma pessoa tão insuportavelmente apaixonante. Os dias foram passando e as viagens foram aumentando, adentrando a madrugada e transcendendo a barreira da realidade. De fato nunca entendi o porquê ela parecia se importar tanto comigo, nunca entendi o porquê dela me entender tão bem, porém nunca me perguntei se um dia já consegui entendê-la. Os meses foram passando, brigas aconteceram, até com outros eu a vi. Creio que poucas coisas em toda a minha vida foram tão dolorosas, porém acho que ela não reparou. E a devo culpar? Não.

Ela voltou, sempre volta de alguma forma. Meu cometa que toda vez que vai embora eu sei que irá voltar. Foi uma explosão, foi como se deus tivesse dito a mim que era a hora de ser feliz novamente. Tardes memoráveis, dias fantásticos e discussões que marcaram.

De novo a vi partir e voltar. Se passam anos da primeira vez que a vi, da primeira vez que me apaixonei por aquele jeito insuportavelmente maravilhoso. Eu não sei o motivo, não sei qual é o plano mirabolante dos EUA, mas ainda penso. Ainda penso nos porquês, ainda me engasgo quando a vejo, ainda fico perdido todas vezes que escuto aquela voz.

Uma vez me apaixonei, abri meus olhos e vi você.

- São Gonçalo, 2020




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